A falha no teu caráter não se concerta com cimento
Um fundamento errado compromete toda a estrutura de
qualquer argumento
E você me repete isso
mas como posso compreender
se quer que eu faça o que diz
quando nem você mesmo quer fazer
Seus olhos miram a TV
com tal concentração
enquanto eu preparo a argamassa
pra tua falha, em vão
Porque você se contenta com essa
débil construção
que se limita a ser tão horizontal,
tão grudada ao chão...
Já eu quero sentir a vertigem
de olhar de cima e além
Dos circos de concreto armado
prefiro ficar aquém
Enfim, digo-lhe que estou enfadada
desse encargo sem prazo para terminar
Então deixe-me subir sozinha minha escada
já que você nunca vai querer me acompanhar
...
Ludmila Pinto
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Desconstrução
Posted by Ludmila Tangerina at 11:59:00 da tarde 1 comments
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Quanto falta
Quantas vezes você precisa olhar
para de fato ver?
Quantas tomadas você ainda vai botar
seu dedo para aprender
de novo e de novo e de novo a mesma velha lição?
Quantos banhos você carece tomar
para deixar a culpa escorrer
pelo ralo?
Quantas memórias são necessárias
para não se esquecer?
E para não lembrar,
quantos copos beber?
E para superar,
quantos mais amores viver?
Quantos anos hão de passar,
para você se convencer
que há muito tempo já não há espaço
para o seu bem-dito querer?
E que de tanto bem só faz mal,
então diz-me:
Quanto falta?
Desculpe-me,
mas já nem sinto falta.
Ludmila Pinto
Posted by Ludmila Tangerina at 2:17:00 da manhã 2 comments
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