quarta-feira, 7 de maio de 2008

Segunda, quarta e domingo

Hoje é segunda. O pastel de nata do supermercado tem gosto de domingo. O pé gelado balança para lá e para cá a espera do verão. Para ele o inverno chegou mais cedo, e já fazem algumas primaveras que espera o tal calor.
A comida tem gosto mas não tem graça. Um prato cheio numa mesa vazia. Daqui meu umbigo parece menor. Comprei creme para olheiras mas não adiantou, quem dera houvesse creme para minha insônia.
Pessoas espelho d'água me cansam. De longe até enganam, mas me aproximo e vejo que só há superfície. São bagas fáceis de serem mascadas. Ou melhor, chicletes. Passam meu tempo e, em pouco tempo, acabam-se o gosto e a graça. E também há aquelas cabeçudas, que me cansam mais ainda. Quanto conteúdo, quanta erudição, quanta modéstia. De que lhes adiantam o cérebro se não sabem usar seus sentimentos? Seus corpinhos tímidos, com ombros meio caídos e voltados para si... Que tédio. Surpreendam-me. Contem-me algo que aprenderam errando, e não em livros. Quero desafios e não aulas.
Não procuro, espero.
Espero mascando chicletes nas aulas e, uma vez ou outra encontro alguém especial. Que não me cansa, que não me entedia. Alguém que sabe o que é ser. Que sabe ser. E que dispensa qualquer definição a mais.

E bem...hoje é quarta e não há tempo para saborear o gosto de domingo. Mas segunda já está chegando...